``` ___________. __ ________ ________ .__ __ _ _\_____ \_ |__ | | __\_____ \______ ____ \_____ \| | \ \/ \/ / _(__ <| __ \| |/ / _(__ <_ __ \/ \ _(__ <| | \ / / \ \_\ \ < / \ | \/ | \/ \ |__ \/\_/ /______ /___ /__|_ \/______ /__| |___| /______ /____/ \/ \/ \/ \/ \/ \/ .___.__ ____________ __| _/|__| ____ \_ __ \__ \ / __ | | |/ _ \ | | \// __ \_/ /_/ | | ( <_> ) |__| (____ /\____ | |__|\____/ \/ \/ ``` W3bK3rN3l radio outpost wbknl-000026 ----------------------- KG-84 encrypted MIL-STD 188-110B Message made on an ISB circuit --> Croughton (AJE) --> Sigonella (NSY) { Several theorists suggest that this is a secret communication station for a secret society, agency, or government, to be used to communicate in an unbreakable, bizarre cipher. Several major events and military exercises that have taken place during intercepts of w3bk3rn3l's radio transmissions back the theory } 1....<|.|>.......19..............35........|*...$!........%"..:wq ==> BEGIN ENCRYPTION >BOT O zumbido constante do rádio era a minha única companhia. Em Lagrange, um planeta suspenso entre sombras eternas, a luz e a escuridão tornaram-se palavras vazias; o céu é um gradiente de neons pálidos, sem sol, sem estrelas. Há apenas aquele horizonte nebuloso e distante, onde cada ruído parece uma ameaça. No interior abafado deste posto avançado, o rádio de onda curta crepita em intervalos irregulares, um som metálico, como a lâmina de uma faca arranhando o silêncio. Já me acostumei a este som, mas não consigo escapar da sensação de que alguém – ou alguma coisa – pode aparecer a qualquer instante. Não que espere companhia, mas, no frio metálico deste lugar, solidão e paranoia são aliados traiçoeiros. Em cada estalido do rádio, imagino passos ecoando, como se um espião invisível aqui estivesse, escondido, apenas esperando que eu baixe a guarda. As mensagens encriptadas são o meu único contato com o “mundo” – e mesmo assim, duvido que haja algo lá fora que ainda me importe. A rotina é esperar, agarrado ao rádio, como quem segura um fio de sanidade. Na Terra, em НЖТИ, as transmissões aconteciam numa cadência calculada e alienante, com pedaços de código morse que se decifravam mecanicamente, mas cuja importância sempre parecia escorrer por entre os meus dedos, como água turva. Havia algo de quase sedutor na minha missão, e que consistia em esperar pela próxima transmissão, sem saber se ela me traria mais consolo ou só mais um pouco de medo. Aqui, em Lagrange, olho para linha do horizonte, mas não há amanhecer. Não há sequer uma noite digna desse nome. Somente o eterno lusco-fusco, o brilho pálido que vaza as janelas blindadas do posto de rádio. Apenas a solidão e a esperança de, quem sabe, uma transmissão, uma voz, um sinal que seja. [#$ --> noise] EOT [#$%&"/&&"%!$$$ --> noise] >EOT